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Mostrando postagens de março, 2020

De todas as coisas.

De todas as coisas que eu não gosto em mim  foi porque alguém não gostou primeiro seja o formato do meu nariz,  ou o corte do meu cabelo  De todas as coisas que eu não gosto em mim  Foi porque apontaram primeiro acharam engraçado,  estranho,  mal diagramado! De todas as coisas que eu não gosto em mim  Foi porque me ensinaram a não gostar, disseram que eu não deveria aceitar,  e eu nem pude argumentar  De todas as coisas que eu não gosto em mim  foi porque me ensinaram a me odiar,  seja as minhas poucas curvas,  seja as minhas pequenas rugas,  Encolhida,  triste,  amoada,  não há como eu reclamar  De todas as coisas que eu não gosto em mim  foi porque sem permissão foram ditas aos ventos e com eles vieram para o meus ouvidos,  enterraram-se em meu espirito  e me fizeram me afundar De todas as coisas que eu não gosto em mim  foi porque as capas de revistas,  e pessoas conhecidas  sentiram que podiam me aconselhar,

Crise dos 20: Aprendendo a usar a minha voz.

Um dos meus sonhos é uma fala objetiva, clara e direta, sem redemoinhos, sem prolixidade, sem voltas e voltas para tentar não soar grossa. Eu gostaria de me permitir ser grossa as vezes quando precisar e parar de engolir sapos e mais sapos só porque não quero magoar de volta a pessoa que me magoou. Gostaria de ser mais adulta e forte, e ter presença e uma personalidade mais consistente, menos confusa e volúvel e que todas as palavras que saiam da minha boca, sejam exatamente o que eu queira dizer, com todas as vírgulas, acentos e palavras assertivas. Gostaria de falar mais o que eu quero e não o que eu outros querem ouvir de mim, me posicionar corretamente quando os assuntos se referem a mim e as pessoas ao meu redor. Gostaria que a minha fala, fosse mais clara, mais assertiva, mais dura e menos florida - quando as flores não precisarem existir - e que eu seja taxada de temperamental ou agressiva, se as pessoas não souberem lidar com as minhas palavras verdadeiras, argumentos, po

Eu sinto falta das locadoras.

Hoje estava assistindo a Sessão da tarde na globo, e o filme que estava passando me trouxe muitas lembranças boas. Não pelo filme em si, mas por ter me lembrado da capa dele e principalmente de me lembrar onde ele ficava na locadora do bairro onde eu frequentava: Na penúltima fileira de cima pra baixo, na prateleira de comédias, com 3 mulheres na capa jogando dinheiro pra cima, o filme "Loucas por amor, viciadas em dinheiro". Nunca o aluguei, mas já o vi diversas vezes depois disso, e sempre que o assisto lembro das locadaoras. Lembro das locadoras com uma lembrança nostálgica gostosa de sentir, com uma lembrança de infância que sempre vou guardar com carinho e contar para os meus filhos e netos - "Na época da vovó, não existia Streaming, a gente tinha que ir em um lugar e pagar um valor pra alugar filmes pelo fim de semana, e assistíamos 1,2,3 vezes...", e eles vão me olhar estranho e constatar o quando a vó deles é velhinha, que nem existia Netflix na infânc

Gaiolas.

Não posso dizer, que escrevo bem ou que escrevo mal... Eu só escrevo. Eu sento aqui, e começo os rascunhos, de 1,2,3...10 textos. Uns com algumas palavras que eu organizei e parei no meio, outros com parágrafos e mais parágrafos com introdução, meio e conclusão de uma problemática que eu mesma inventei enquanto estava indo pro trabalho no transporte público, observando as pessoas ao meu redor. Escrevo coisas que passam aleatoriamente pela minha cabeça sem motivo algum, escrevo sobre a minha vida muita das vezes, escrevo sobre as pessoas que conheço, sobre as que eu gosto e sobre as que não gosto, escrevo sobre as histórias que me contam e sobre as histórias que eu invento, sobre perspectivas e visões, sobre amores e paixões, aventuras e loucuras, que saem da minha cabeça e escorrem descontroladamente pelos meus dedos. Escrevo os pássaros da minha cabeça, ou melhor, os liberto e os deixo voar, sem rumo e deixo pousar. Abro as gaiolas que prendem meus pensamentos e de repente, um

Correntes.

É só você que não abriu os seus olhos,  parece que imagina uma água turva,  quando a chuva já limpou todo o riacho... Todos os seus passos desengonçados,  pra frente e pra trás  como uma dança sem parceiro,  te levam a lugar nenhum.  Todos os passos desengonçados,  não te tiram do lugar,  porque você ainda não notou,  que seus pés estão acorrentados naquele lugar...  Suas moedas, suas fichas,  seus números e suas miras,  estão pra todo lado,  mas não onde seu coração quer estar.  Eu vejo em seus olhos,  de menina perdida,  que por mais que você queira  a vida,  você sempre pensa em se validar,  dar a volta por cima,  para outro alguém enxergar! Ele, aquele amor que te magoou,  aquele homem com quem você quer estar...  E você sabe, só não quer enxergar,  esta fingindo ver uma água turva,  nessa gruta cristalina,  porque seus passos em frente,  desengonçados,  continuam acorrentados,  onde seu coração quer estar.