A gente acha que tudo é pra sempre, os tremores, as dores e as sementes e quando a gente percebe que nada dura, seja a dor ou a cura, o vazio se torna nossa casa, e percebe que na verdade não temos nada. Nem o que é da gente, nem o que a gente é. Nada é nosso, nada é pra da pé. É ai, que a gente se sente fraco, procurando raízes, motivos, sentidos, pra todo lado. Tentando ficar pra semente e ser semeado quem sabe eternamente? Ser plantado na época mais feliz, pra que a chuva e o tornado nunca levante nossa raiz. Mas quem somos nós? Somos meros segundos, um atrás do outro, juntos tic tac e dependentes. Dependentes do acaso, de Deus de Budá, de alguém superior. Somos ninguém nesse mundo, e somos tudo pra gente. E mesmo tentando entender tudo que nos cerca, tentando captar todos os momentos lindos que nos completa, Tentando entender, quem somos e pra onde vamos, nós continuamos poeira no deserto. Nós somos cheios, mas cheios de pequenos pedaços e vazios de grandes